sábado, 21 de novembro de 2009

Flashes da Romênia, França e Espanha

ATENÇÃO: ESTE NÃO É UM DIÁRIO DE VIAGEM TRADICIONAL E NÃO DEVERÁ SER UTILIZADO PARA QUALQUER QUE SEJA A SUA NECESSIDADE.

Impressões da Romênia (13/10/2009 – No quarto de hotel)
As pessoas são diferentes, a arquitetura é diferente, as roupas são diferentes, a cor do céu é diferente, a língua é diferente. Fuma-se um monte, inclusive nos restaurantes, que não têm áreas separadas para não fumantes.
As mulheres são bonitas, quase todas, até certa idade. Depois são feias, quase todas.
Vai ter show do ZZ Top em Bucareste no próximo dia 20.
A moeda é o LEI (recém mudada para RON) e as coisas custam pouco.
Comi um filé com molho de aceto balsâmico e outro com cogumelos e sour cream. Os dois muito bons, especialmente o segundo.
No caminho de Pitesti para Mioveni se pode ver, ao longe, uma usina nuclear com três torres. Lembrei da abertura dos Simpsons.
Os sinaleiros têm um cronômetro em contagem regressiva para a troca de sinal. Deve ser divertido fazer um racha de carros por aqui.
Fomos a um restaurante que se chama Matteo, onde comi o filé com cogumelos e sour cream.
Nevou por exatos dois minutos. Uma neve pequeninha e tímida como a que vi em Córdoba no inverno de 2008, mas ainda assim merecedora do nome.
Tem muito cachorro na rua e eles são muito sonsos. Atravessam a rua sem olhar, o tempo todo. Incrivelmente não vimos nenhum atropelado, fato que só pode estar relacionado à educação dos europeus para com os pedestres (ou neste caso patestres).
Ontem, dia 15, tivemos o dia livre. Nosso destino final era Bucareste, mas passamos o dia circulando pela região de Pitesti. Nossa principal parada do dia era o castelo de Bran, a uns 150 quilômetros de Pitesti, cujo principal (ou mais famoso) morador for o Conde Vlad Dracula. No final das contas a cidade e o castelo de Bran são muito interessantes, mas o que roubou a cena foi o caminho até lá. Nós não sabíamos de antemão, mas o caminho até Bran é no meio de montanhas e, como fazia um frio do caramba, nevou bastante. Para três brasileiros, neve é atração turística o suficiente. Sem nenhum exagero, quase congelávamos todas as vezes que saíamos do Ford Mondeo alugado para fazer umas fotos. Se somarmos as fotos de neve feitas nas três máquinas, chegamos fácil às centenas.
A volta a Bucareste (ou Bucuresti como dizem por aqui) foi mais demorada do que deveria, graças à Jennifer, apelido do nosso GPS perdidão. Pas grave. Mesmo mais demorado, foi muito interessante cruzar vários quilômetros da Romênia pobre e rural. Por várias vezes, vacas gordas e bem marcadas tinham a preferência na estrada.
Chegamos à capital no finzinho do dia e pouco após o check-in, fomos jantar no Hard Rock Cafe local. Nada a declarar, apenas um típico HRC em um lugar não muito típico.
O último dia por aqui não foi grandes coisas. Choveu muito e ficamos enfurnados em um shopping local esperando a hora de ir para o aeroporto. Amanhã acordaremos em Paris. Nossa velha e boa Paris.

Paris (17/10/2009 – Na fila do restaurante do Museu D’Orsay)
Deve ser pecado grave, mas e fiquei mais emocionado com a sessão de manteigas de “La grande epicerie de Paris” do que com o corpo intacto da santa na capela da Medalha Milagrosa. E olha que o lance da capela foi realmente emocionante. Depois de um viagem de metrô em três linhas e umas dez estações, cheguei ao Museu D’Orsay onde estou agora esperando no restaurante para pedir o meu almoço. O visual deste lugar é fora de série, com lustres enormes e teto pintado, no melhor estilo dos museus europeus.
Curiosidade: esta é a segunda garrafa de vinho que peço nesta viagem que tem uma figura de mulher grávida tomando uma taça de vinho e o símbolo de proibido.
O almoço foi interessante, mas menos espetacular do que o local anunciava. De entrada, cebolas carameladas com anchovas repousadas em uma massa fina e compacta de pizza (o seria de pão?) Ao lado uma salada verde e um sorbet de ervas. O prato principal foi um sanduíche de bagel com uma generosa fatia de carne de pato e as mesmas cebolas carameladas. Acompanhando, batatas fritas e fois grãs.
Não me atrevo a descrever o museu em detalhes. Apenas para registro, este é o museu mais bonito e impressionante que tive a chance de conhecer até hoje.

Paris (18/10/2009 – Na Bistrô Georges V)
Hoje é aniversário de oito meses do pequeno e eu não estou com eles. Na mesma viagem perdi esta data e o dia das crianças. Depois eu compenso. Este bistrô me traz ótimas lembranças da última vez que estive por aqui com a minha querida. Não tem uma nuvem no céu hoje. Dia bom para andar pela cidade até não aguentar mais, escutando “Here Comes the Sun” dos Beatles.

TOP 5 SONGS para andar por Paris longe da família:
Here comes the Sun – Beatles
I belong to you – Muse
Visions of Johanna – Bob Dylan
Wish you were here – Pink Floyd
Pick of destiny – Tenacious D (não tente entender o porquê desta aqui)

Fui até a Ile de La Citée, especialmente para ver os Outsiders tocando pela quarta vez. Eles são muito bons, com ótimas versões bateria, baixo, violão e sax para músicas do Elvis, dos Beatles, etc. Parecem ser americanos, mas devem estar em Paris há um bom tempo. Pelo menos o líder, guitarrista e vocalista está. Depois de umas cinco músicas fui procurar um banheiro. Meu plano era tomar um sorvete na Berthillon e usar o banheiro deles, mas estava lotada. Fiquei sem o sorvete e com a bexiga estourando. Parei em um café para tomar uma Coca, mais como desculpa para usar o banheiro e folhar a edição especial do “Pequeno Príncipe” que comprei para o pequeno. Amanhã acaba a moleza e voltamos ao trabalho.

TOP 5 SONGS para “agarrar a estrada”:
Ride on – AC/DC
Thunder Road – Bruce Springsteen
Flight of Icarus – Iron Maiden
Long way back from hell – Danzig
Rearviewmirror – Pearl Jam

La Place
Um nome que deveria me lembrar as terríveis aulas de cálculo e as temíveis (pelo menos para um calouro de engenharia) “Transformadas de LaPlace” é na verdade o nome de um de meus restaurantes preferidos em Paris.

Pós-Sal
Se no Brasil vivemos a era do pré-sal, aqui na Europa, pelo menos na Romênia e na França, onde passei a última semana, eles estão vivendo a era do pós-sal. Sem exagero, todos os pratos que eu comi por aqui nos últimos oito dias vieram sem ou com muito pouco sal. Aliás, olhando na mesa agora, não vejo o saleiro. Tenho certeza que tinha um pequeno por aqui, mas assim que acabei de comer, ele sumiu. Só para constar.

Rouen (21/10/2009 – Em Grand Couronne esperando uma reunião)
Ontem foi um dia gastronômico, para variar. Almoçamos com o pessoal daqui, no clube da empresa. Já comi várias vezes por lá, mas ontem estava especialmente bom. De entrada tivemos um creme brulée de fois gras, algo inusitado, mas muito bom. Em seguida vieiras em um molho branco, muito leve, com ervas. É a chamada Coquille St Jacques. O prato principal era uma carne bovina muito mal passada e a sobremesa eram quatro. Creme Brulée, o verdadeiro, bomba de creme com chocolate (que me desculpem os entendidos se tiver outro nome em francês, para mim era uma bela bomba de creme), macarron e uma salada de frutas com calda quente de cassis. Depois de um longo dia de trabalho, fomos jantar no centro da cidade, no restaurante do Vieux Marchant, onde comemos scargot à moda e confit de canard com legumes. Tudo isso, almoço e janta, com muito vinho bom acompanhando. Um Bordeaux Grand Cru 2002 no almoço e um Bourgogne 2007 na janta. Assim fica difícil perder peso.

Lechazo (24/10/2009 – No Aeroporto de Guarulhos esperando conexão para casa)
Enquanto espero o avião para Curitiba, vou contar do almoço de anteontem em Valladolid, na Espanha, nosso últimos destino desta viagem.
O pobre animal tem este nome porque até o momento do seu sacrifício, na sua mais tenra idade, só havia se alimentado do leite da mamãe carneiro.
Parece crueldade, e é, mas este ritual é responsável pelo melhor almoço destas duas semanas de viagem. De entrada tivemos Jamón Pata Negra e torresmos e de saída um sortido de postres como leite frito, pudim de leite, massa folheada com creme de confeiteiro, entre outras.
Tomamos um vinho local, da região de Valladolid, durante o almoço e uma bebida muito forte e doce de anis no final. Como sempre, saímos rolando de tanto e tão bem comer e beber.

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