terça-feira, 11 de setembro de 2007

De táxi ou a pé, de metrô não!! - New York 2007

Minha querida está dormindo agora ao meu lado. Depois de passarmos a noite em São Paulo, para não perder o avião para Nova Iorque, e depois de nove horas de vôo, aqui estamos novamente. As coisas mudaram um pouco. O hotel Roosevelt, é mil vezes melhor do que o Pennsylvania. O quarto é amplo e eu consigo ir ao banheiro sem ter que sentar-me de lado ao vaso. O vôo foi super tranquilo, com um pouquinho de turbulência na região do Equador, mas nada grave. O vinho da classe econômica continua sendo servido em copos de plástico da Coca-Cola.
Desta vez não tinha como adiantar o check-in, pois o hotel estava lotado, de forma que deixamos as malas no maleiro e fomos andar. Descendo a quinta avenida, percebemos uma estranha falta de fila para a subida no Empire State Building. Como não conseguimos subir no predião da última vez, por causa do tamanho da fila e do mau tempo, desta vez não quisemos esperar. Que vista maravilhosa! Tirei tantas fotos, que não sei se sobrou memória no cartão para os próximos dias. O céu sem nuvens e as ruas tranquilas garantiam um visual da grande maçã como poucas vezes se consegue. A cidade que nunca dorme, dormia, com excessão dos turistas que acordaram cedo para subir ao observatório do octagésimo sexto andar e ter o seu momento King Kong.
Como ninguém é de ferro, e a lista de encomendas é grande, resolvemos dar uma passada no B&H, aquela loja enorme de eletrônicos, para diminuir um pouco a lista. Não resisti e comprei o notebook, no qual digito agora estas primeiras linhas da nossa aventura, e que vai me poupar de passar tudo o que seria anotado em bloquinhos do hotel a limpo, quando voltarmos para casa. Como liberaram o quarto, a Tati veio tirar uma pestana. Eu não consegui.
Assim que ela acordou, arrumamos as malas, tomamos um belo banho e saímos andar pela quinta avenida. Subindo-a em direção ao Central Park, passamos pela festa do Brazil, que acontece todo ano por aqui. Para falar a verdade, não viemos tão longe para matar a saudades do país que deixamos ainda ontem; passamos reto. Rápida parada no Rockeffeler Center para umas fotos, entramos na St. Patrick’s Cathedral, e continuamos a subida. No pé do Central Park, eu quis entrar na loja da Apple só para dar uma olhada no famoso i-phone, que estou louco para ter, mas ainda não funciona no Brasil. Não sei porque eu fiz isto. O aparelhinho é espetacular, e agora vou ficar sonhando com ele até poder comprar um. Sonhos eletrônicos a parte, entramos no parque para uma volta. A Tati tinha uma dica de que a melhor maneira de dar uma volta rápida pelo parque é contratar um bicicleteiro com lugar para duas pessoas. Assim o fizemos. Eu esqueci o nome do nosso amigo motorista da bicicleta, mas ele nos cobrou 45 dólares para o passeio completo, incluindo o Strawberry Fields e Dakota, edifício onde Lennon foi assassinado. Passamos também por vários cenários de filmes famosos e a fonte d’água onde foi fimada a clássica abertura do seriado Friends. Até hoje, um dos passeios mais legais que já fizemos em Nova Iorque. Fantástico, com destaque para a simpatia do nosso amigo Africano.
Descemos a Broadway, parando aqui e ali, tomando mais cafés no Starbies, comprando chocolates na Hershey’s e esbarrando em milhares de pessoas até chegarmos ao coração da Time’s Square, quando entramos para jantar no Hard Rock Cafe. É claro que uma compra na lojinha do restaurante é inevitável, então fizemos duas. Uma camiseta para cada. A janta estava ótima, apesar de extremamente apimentada, como adoram por aqui. Para quem quase não dormiu durante o vôo da noite anterior, já fizemos muito para o primeiro dia. Hora de voltar andando para hotel, para aproveitar a noite gostosa de fim de verão, e descansar um pouco.

Acordamos cedo até, pouco mais de oito da manhã. A cama do hotel é ótima, e o sono foi profundo, coisa rara para a primeira noite. Tomamos um café da manhã no Starbucks, claro, e fomos subindo a quinta avenida, como quem não quer nada, olhado as lojas no caminho do Central Park. Acabamos na loja da Nike, Niketown, que é muito bacana. Entramos na loja da Armani, entre várias outras no caminho do Zoológico do Central Park. Como a entrada era paga, e nem eu nem a Tati somos os maiores entusiastas da vida selvagem, resolvemos deixar para a próxima. Fomos explorar as outras atrações do East Side, entre elas uma loja de caixinhas de música, que estava fechada. Como estava chegando a hora do almoço, e o Cafe Lalo era teoricamente próximo, lá fomos. Vale notar que o Zoológico é na altura da rua 57, enquanto o Cafe Lalo está na rua 83, o que significa 83-63=20 quadras de caminhada, o que não é pouco para ninguém, ainda mais depois de já termos andado tanto no primeiro dia, e na manhã deste segundo. Digo tudo isto para justificar que, quando descobrimos que o Cafe Lalo não era o número 201 Leste da rua 83, mas sim o Oeste, pegamos um táxi.
Que delícia de restaurante. Uma salada deliciosa de atum, com snobar, hortelã fresca, azeitonas, folhas e um vinagre especial feito na casa não fizeram frente às deliciosas tortas que comemos de sobremesa. Uma maravilha, além é claro, do fato do local ter sido cenário de uma famosa passagem do filme Mensagem para Você, com Tom Hanks e Meg Ryan. Precisava ir para o hotel, pois a comida apimentada da noite anterior ainda castigava meu estômago. Pegamos mais um táxi. Viramos uns preguiçosos no que diz respeito a metrôs. Ou andamos que nem uns loucos, ou, como preconizou a Angélica, vamos de táxi. Desculpem, não resisti. Foi uma passagem rápida no quarto do hotel antes de descermos para a Grand Central Station. Nosso objetivo era chegar mais rápido na Macy’s, mas entrar nesta que é a maior estação de metrô da cidade foi talvez o mehor passeio do dia. O lugar é tão bonito que parece um castelo europeu, com lustres enormes, tetos pintados, gárgulas nas paredes e um monte de bobos da corte, correndo para todos os lados. Resolvemos não pegar o trem e ir andando até a Macy’s. A loja dispensa comentários, e os indispensáveis já foram feitos no relato da viagem de 2005. Perfumes, camisetas, óculos, sim, saímos de lá com alguns de cada. Mais um táxi até o hotel, pois precisamos recuperar as energias para o espetáculo da Broadway. Mamma Mia, que dia corrido.
Nós já vimos o Fantasma da Ópera e Chigaco da outra vez, mas nenhum chegou aos pés de Mamma Mia. Pode parecer empolgação de quem acabou de ver a peça, mas o fato é que nenhuma das outras duas tem uma história tão alto astral e com a trilha sonora tão bacana como esta. A banda estava perfeita, com uma maestra muito bacana e participativa. No final da peça, a banda e os atores ainda voltaram para um bizz de 3 das músicas tocadas no show. Tão bom que tivemos que jantar bem. Voltamos ao John’s Pizza, onde estivemos em 2005 depois do Fantasma da Ópera. Depois de um prato gigante de um spaghetti à bolonhesa dos melhores, fomos para o hotel dormir.

Quando eu já estava me arrependendo de ter agendado a visita no escritóriio da Toyta, pude ver atrás da recepcionista da empresa a melhor vista que pode existir do Central Park. É, de longe, a coisa mais impressionante que eu já vi. O edifício é na rua 57, no pé do parque, e a recepçao do escritório da Toyota, que fica no quadragésimo nono andar, tem enormes janelas donde se vê todo o parque, além de toda a parte norte de Manhattan, de leste a oeste. A visita em si foi rápida e superficial, apesar da hospitalidade da minha anfitriã, que no final da visita me deu ingressos para mim e para a Tati, para o MoMa e o Museu de História Natural. Quando a perguntei sobre a recém conquistada liderança da Toyota nas vendas mundiais de automóveis, ele fez pouco caso da conquista, como se fosse uma coisa temporária e sem importância, a mesma atitude do presidente da Toyota quando a ele a mesma pergunta foi feita. Na Toyota, até as respostas são padronizadas.
Depois da visita, fui encontrar a Tati na Bloomingdale’s, onde fizemos algumas pequenas compras e almoçamos uma magnífica salada de Carangueijos do Alasca no 40 Carrots, um restaurante muito simpático e colorido, que reclama o título de ser o precursos do Frozen Yogurt em Nova Iorque, que aliás é muito bom. Mais um repeteco da viagem anterior.
Saímos da Bloomingadle’s à procura de uma loja de mapas antigos sobre a qual lemos em um guia de lugares curiosos da cidade. Nada. No endereço indicado, uma joalheria. Decidimos voltar na loja de caixinhas de música da Rita Ford, que nem é mais da Rita Ford, e que desta vez estava aberta. A loja é por demais simpática, e a 20 anos não pertence mais à Sra. Ford, mas sim a um senhor, seu filho e seu pai, cujos nomes não me dei ao trabalho de perguntar, e agora faltam para ilustrar o texto. Tanto faz, pois o mais importante são as jóias musicais que se encontram nesta loja, estas sim registradas para sempre através de várias fotos e um exemplar que conseguimos comprar.
Como haviamos acordado muito cedo, e estávamos muito cansados, pegamos um táxi para o hotel e descansamos por algum tempo. Nossa próxima parada era a biblioteca pública de Nova Iorque, um prédio muito bonito do lado de fora, e ainda mais impressionante do lado de dentro. Circulamos pouco pelo local, mas o suficiente para conhecer algumas salas de leitura, enormes e cheias de livros, que na verdade é o que se espera de uma biblioteca. O que eu não esperava era ver a quantidade de computadores de última geração, com acesso à internet, disponível sem custos para o público em geral que se pode encontrar em várias salas diferentes do local. E o nosso presidente falando em inclusão social e notebooks de cem dólares. Dureza.
Saímos da biblioteca e demos uma parada no Bryant Park, que fica logo atrás, para umas fotos e uns drinks em um lugar muito bacana que fica grudado com as paredes de trás da biblioteca. A Tati tomou uma taça de Chardonay, eu um suco de Cranberry. Foi um belo relax, com uma vista muito bacana do parque, que tem na sua ala sul um dos prédios mais bonitos de Nova Iorque, que eu não sei o nome, mas parece feito de chocolate preto, com cobertura de chocolate branco em algumas partes. Já tenho umas vinte fotografias deste prédio, mas não canso de tirá-las.
Depois dos drinks, fomos andando até a Times Square. Deu uma loucura na Tati de cortar o cabelo no estilo das meninas da cidade e antes de entrarmos na Toys’R’Us para achar uma lembrancinha para a Júlia, paramos em uma loja da Sephora, para perguntar onde poderíamos achar um salão para a Tati. Sephora, Toys’R’Us e Virgin Mega Store na sequencia, alguns dólares a menos no bolso e a Tati já havia desistido de cortar o cabelo. Como já estava anoitecendo e haviamos comido apenas uma salada no almoço, resolvemos jantar em grande estilo. Depois de dois anos sonhando com o este dia, e me arrependendo de não ter pedido a lasanha que a Tati pediu, a ordem para o motorista do táxi não poderia ter sido outra, falamos em uníssono, “Five Bleecker Street”. Isso mesmo, lá íamos nós para o Bianca’s. Dispensa comentários, ou melhor, não dispensa nada, é a melhor lasanha que se pode comer na face da terra, é verdade, e os italianos que me desculpem, esta lasanha nao tem falhas, a quantidade certa de molho, a temperatura certa, queijo na medida, tudo como tem que ser. Perfeição.
Voltamos para o hotel cheios e felizes, loucos para dormir, como diria um amigo meu, que nem umas pedrinhas. Se eu contar que o Pedrinha (éclaro que ele ganhou este apelido) ligou no meu celular quando chegamos ao hotel vocês não vão acreditar. Então não vou contar. Boa noite.

PEQUENA PAUSA PARA IMPRESSÕES GERAIS SOBRE A CIDADE:
Nova Iorque parece um pouco mais suja que das outras vezes, pelo menos aqui na MidTown. As pessoas estão com mais pressa, e um pouco menos simpáticas, de maneira geral. Se você quiser saber se uma menina é daqui, óculos enormes e vestidinho parecem ser a moda local neste verão. O povo está fumando bastante por aqui, pelo menos é o que parece. Verde é a cor que está na maioria das vitrines. Os taxistas estão em greve, mas só alguns, e só por dois dias. Só isso.

Acordamos tarde novamente neste quarto dia de viagem. Parada rápida para um mini breakfest no Starbuck’s e a loucura da Tati de cortar o cabelo reapareceu quando passamos por um salão. Foi ali mesmo. Acordei com uma esposa cabeludona, e passei o dia com uma feliz da vida com seu novo corte moderninho, à New York. Enquanto ela cortava o cabelo, corri até o teatro Minskoff para comprar ingressos para o Rei Leão, ainda para esta noite.
Depois do salão saímos andando, eu e a nova Tati, em direção ao Garden para pegar os ingressos do show de sexta-feira do Damien Rice. Ingressos na mão, resolvemos arriscar nosso primeiro metrô da viagem. Destino: Soho. A visita a este bairro, famoso por suas lojas moderninhas e seus habitantes descolados foi surpreendente. Não esperávamos muito, mas acabamos curtindo bastante. Entramos em várias lojas conhecidas, e que ainda não conheciamos, como a Pottery Barn e a Body Shop, e em várias outras menos conhecidas e bem mais interessantes como uma chamada SoHome, com artigos de decoração muito originais e interessantes. No caminho para o bairro Village, passamos pela Universidade de Nova Iorque antes de chegarmos ao local onde almoçariamos. Gray Papaya’s é onde comemos cada um uma dupla de hot-dogs com sucos exóticos. Muito gostoso, mas não muito diferente dos hot-dogs de rua. Me decepcionei um pouco, mas acho que minha expectativa estava exagerada, afinal, cachorro quente é cachorro quente. Depois da comida, resolvemos parar por alguns minutos para descansar na Washington Square, onde vimos um artista tocando violoncelo com os dedos e cantando rocks contemporâneos. O cara é um bruta artista, tem uma voz ótima, e estava tocando na rua.
Como estávamos no Village, resolvemos fazer os programas que haviamos listado para este bairro. Um deles, é claro, era visitar novamente o prédio que serviu de fachada para a casa da maioria dos personagens do seriado Friends, nosso favorito de todos os tempos. A Tati reparou que o prédio não tem sacada, apesar deles sairem o tempo todo para a sacada nos episódios do seriado. Coisa de fã, não os deve interessar muito.
Ali pertinho, entramos na Matt Umanov Guitars, a loja de guitarras mais famosa dos Estados Unidos, e possivelmente do mundo. O cara que nos atendeu era um figurão grisalho e de mullets, um tanto irônico e que me deixou tocar uma Fender Stratocaster 1977. Que delícia de guitarra, e que som maravilhoso. Em um display da loja havia uma Fender dos anos 60, que segundo ele havia acabado de ser fabricada, por um artista sozinho, e que simulava uma guitarra antiga. Ainda não sei se acredito no cara, ela parecia muito usada, até com batidas e lascas arrancadas da madeira. Vai saber. Vou pesquisar mais tarde.
Antes de pegarmos o metrô de volta para o hotel, paramos em uma confeitaria que descobrimos em um site indicado por uma amiga. A Magnolia é um lugar minusculo, onde fazem uma fila enorme para saborear os deliciosos cup cakes que saem dos fornos a cada minuto. Comemos alguns na rua, lambuzando os dedos e sabendo que vamos nos arrepender de não termos comprado mais. Agora sim, missão cumprida, hora de voltar para o Hotel.
Descançamos um pouco, nos arrumamos e fomos para o teatro. O Minskoff é um teatro enorme, bem no coração da Times Square, onde estava passando a peça Fiddler on the Roof, nas últimas vezes que eu estive aqui. Sempre tive vontade de ver uma peça lá, e o Rei Leão fez ultrapassou as minhas expectativas. De todas as peças da Broadway que já vimos, esta foi sem dúvida a mais forte, no visual e na música. O começo da peça, com todos os animais entrando em cena para homenagear o nascimento do filho do rei, é de tirar lágrimas. Difícil explicar em palavras o que vimos por duas horas e quarenta minutos de show, mas minhas mãos estão doídas com a força dos aplausos que a peça arrancou de mim e de todos no teatro. Um show revigorante. Pensei muito na Julinha durante a peça, e na carinha dela assistindo àqueles bichos falantes e cantantes, mesmo que ela não entendesse uma palavra, que na verdade são menos importantes nos caso desta peça.
Jantamos uns burgers no Hard Rock Cafe, compramos lembranças para os irmãos no Bubba Gump, e fomos dormir. Já estamos na metade da viagem, e o tempo está passando mais rápido do que gostaríamos, é claro.

Que dia hoje! Nosso quinto dia de viagem, e ainda não perdemos o pique. Amanhecemos tarde novamente, saímos do quarto perto das dez da manhã. Hoje é quinta-feira, dia seis de setembro de 2007. Fomos novamente subindo pela quinta avenida em direção ao Central Park. Nossa idéia era terminar no MoMa para aproveitar um dos ingressos que ganhamos na minha visita ao escritório da Toyota. Não deu tempo, pois fomos parando tanto pelo caminho que quando chegamos perto do museu, já era hora do almoço.
A parada mais legal e demorada que fizemos foi no Rockeffeler Center. Desta vez andamos por tudo. E que lugar! O mais legal que em por lá hoje é o circo montado graças ao US Open, que está acontecendo nesta semana. Tem arquibancadas com os jogos passando ao vivo em telões enormes, que fazem você se sentir como se estivesse em Flushing Meadows assistindo aos jogos. Tinha também uma mini quadra montada, com filas enormes para jogar uma bela partida de tênis virtual, com o novo brinquedinho da Nintendo, o Wii. Fiquei de boca aberta com a novidade, ainda inacessível. Ali mesmo, no 30 Rock, entramos na loja da NBC, rede de televisão produtora de vários de nossos seriados favoritos, entre eles o melhor de todos, Friends. Entre a camiseta do Smelly Cat e a do Joey, com os dizeres “How you doin’”, fiquei com a segunda, mas tirei uma foto do probre gatinho fedido da música da Phoebe. Divertido!
Subimos mais um pouco e chegamos na rua 57, pertinho do prédio onde visitei a Toyota. Nosso alvo era o hotel Park Meridien, que abriga em um canto escondidíssimo, um pequeno restaurande de hamburgueres, que nem nome tem, mas tem o melhor burger que eu já comi na minha vida. Suculento, temperado na medida, fervendo e delicioso. A fila é enorme, com gente en gravatada esperando para comer uma daquelas delícias. Pela ausência de turistas no local, logo deu para imaginar que algo muito bom nos aguardava. As assinaturas de gente famosa na parede comprovavam que em termos de hamburger, poucos devem ser tão bons por aí. Devoramos os sandubas e saímos em direção ao hotel. Era quase duas da tarde. Antes do hotel, apenas mais uma pequena parada na loja da Apple para namorar o i-phone mais uma vez, e comprar algumas encomendas do meu irmão mais novo.
Andamos até o hotel para tomar um belo banho, pois iriamos passar o resto do dia no Meat Packing Disctrict. Assim o fizemos. Sem brincadeira, este foi o lugar mais fashion, e com mais gente descolada que já estive em minha vida toda. Além do fato de estamos na Semana da Moda em Nova Iorque, e o lugar estar cheio de modelos, a região é realmente caprichada. Fica um pouco acima do Village, perto do rio Hudson, e consiste de uma meia dúzia de quadras entopetadas de lojas de roupas, restaurantes e galerias de arte. É meio difícil de descrever, mas o lugar é de tirar o fôlego. Uma loja diferente da outra, com decorações super caprichadas e peças realmente diferentes. Os restaurantes são para todos os gostos. Para se ter uma idéia, conseguimos comer, em um restaurante chamado Pastis, um prato de mariscos preparados com manteiga, cebola e vinho branco, acompanhados de batatas fritas, exatamente iguais aos famosos Moules au Vin Blanc da região do Mediterrâneo do sul da França. De lamber os dedos. Das lojas, duas chamaram atenção, uma da Puma, chamada The Black Store, onde as peças são desenhadas por estilistas famosos para a Puma, e confeccionadas sob medida. Outra loja muito bacana é a Ed Hardy, uma loja de roupas com estampas do estilo tatuagem, super originais e igualmente caras. Esqueci de mencionar que antes de tudo isso, paramos na Little Pie Company, onde comemos tortas de maçã e amoras deliciosas. Fica realmente difícil contar com mais detalhes tudo o que vimos nesta tarde de Meat Packing District, uma região que antigamente era um mercado de carnes ao ar livre e que nos últimos anos ganhou status de região mais descolada da cidade.
Pegamos um táxi, que considerando a greve que ainda persiste até que foi fácil de conseguir, e terminamos o dia com mais uma sessão de Times Square. Não dá para enjoar destas luzes alucinadas. Amanhã o grande dia. Damien Rice no Garden. Nos vemos em breve.

Achei que desta vez estaríamos livres, mas foi pura ilusão, nossos pés estão nos matando. Pegamos um metrô direto até a prefeitura. Andamos um pouco pelos parques e tiramos fotos da bonita fonte que ornamenta a casa do prefeito Bloomberg. Atravessando a rua, estávamos no pé da ponte do Brooklin. Mesmo com o calor infernal, atravessamos a ponte a pé, tirando várias fotos. Achei que a Tati nao iria aguentar de tanto calor e dor nos pés, mas a baixinha é forte. Quando chegamos no Brooklin, pegamos um táxi e descemos direto na Mulberry Street, no meio da Little Italy, onde pude exercitar meu italiano. Comemos uma salada e uma pizza em um dos restaurantes da rua. Andamos um pouco pelo bairro e pegamos um metrô para as proximidades do Bryant Park. A estas alturas não conseguiamos mais nos mexer de tanto calor e dor nos pés. Mesmo assim circulamos mais um pouquinho e fomos para o hotel a fim de nos prepararmos para o show do Damien Rice.
O show foi no teatro WaMu, dentro do Madison Square Garden, um lugar pequeno e sem grandes ostentações. Por um erro de cálculo, comprei ingressos para a pista, o que sifnifica que ficaríamos em pé durante todo o show. Por sorte, existem duas fileiras de cadeiras reservadas para quem comprou ingresso para a pista, e foi lá que ficamos. O show foi surpreendente para falar o mínimo. Para quem esperava um show intimista, calmo e fiel às gravações dos discos, uma grande surpresa estava reservada. Em mais de duas horas de show, este baixinho e timido artista mostrou que sabe improvisar, tem um carisma fora do comum, explorando sua timidez como ponto a favor, e faz um som de primeiríssima categoria. Nada de som calminho aqui, o show é uma porrada sonora que eu não senti nem no show do Sepultura em Curitiba, e não estou exagerando. A primeira parte do show foi pautada por músicas dos dois primeiros discos, em versões poderosas, com mais bateria do que as gravações originais e sem a vocalista que normalmente acompanhava o Damien nas gravações e shows do cantor. O destaque fica para uma versão absolutamente fantástica de Volcano, ligada a 9 Crimes, do disco novo, por um sequenciamento da voz do Damien com as frases finais de Volcano ecoando nos PAs. Na segunda parte do show, a coisa ficou ainda mais visceral. Improvisos, versões enormes e barulhentas de músicas conhecidas, solos de bateria e vocal distorcido marcaram esta parte, que foi separada da primeira por um solo da violoncelista, com vocal dela mesma, em uma música bobinha que levantou os animos da audiência, até então hipnotizada pela beleza da primeira parte do show. Como a banda se empolgou na segunda parte, sobrou para o bizz apenas a Blower’s Daughter, que não poderia faltar, afinal, além de ser o hit máximo do Damien, é uma das melhores músicas já escritas, apesar de ter tocado exageradamente nas rádios e de alguns artistas terem assassinado a música com versões idiotas em português. Um show memorável, mais um para a coleção de shows memoráveis.
Como já estávamos descançados e morrendo de fome, andamos até a Times Square para conhecer o restaurande Bubba Gump, baseado no filme Forrest Gump e que serve, é claro, camarões. O lugar é muito bacana, com um pessoal muito animado servindo, drinks enormes e deliciosos. Pedimos um camarão no bafo com molho de alho picante. Mais um delícia para ficarmos lembrando quando voltarmos para casa. Voltamos nos arrastando para o hotel. Amanhã é o último dia inteiro em Nova Iorque.

Acordamos tarde, para variar, paramos para um café rápido no Starbuck’s e pegamos um táxi direto para a Bloomingdale’s, a Tati ainda precisava fazer umas últimas comprinhas, e queriamos repetir a dose do frozen yogurt no 40 Carrots. Até que ficamos um bom tempo na loja, visitamos sessões bem legais de artigos para casa e escritório, tudo, é claro, extremamente caro.
Quando cansamos da Bloomings, pegamos um táxi e pedimos para ele descer a quinta avenida, até uma quadra antes dela cruzar com a Broadway. Desta vez o Flatiron Bulding estava sem a capa preta que protegia os pedestres das reformas que estavam em andamento 2 anos atrás. Assim fica bem mais bonito. Tiramos várias fotos e curtimos bastante o visual antes de pegarmos o metrô para Wall Street.
Descemos exatamente do lado da Trinity Church, o local mais difícil de fotografar de Nova Iorque, pois como fica bem no final, ou começo, da Wall Street, quando se consegue ânguo suficiente para enquadrá-la por completo, os prédios da Wall Street começam a encobrir a igreja. Andamos por alí, tiramos fotos da rua, do famoso touro de Wall Street, que simboliza o mercado em alta, almoçamos cachorro-quente e fomos andando até o Battery Park.
Já sabíamos que desta vez não encarariamos o ferry até a estátua da liberdade, mas quando vimos o tamanho da fila, e as pessoas fritando debaixo daquele calor de uns 30 graus, tivemos certeza. Passeamos bastante por ali, tiramos várias fotos, descansamos um pouco e pegamos um táxi direto para o MoMa. No caminho, pedi para o taxista passar pela esquina da terceira com a 53 para uma foto homenagem a uma das melhores músicas da banda mãe do punk rock, os Ramones.
Talvez eu esteja sendo menos detalhista agora, mas final de viagem é assim, além do mais, hoje visitamos várias coisas que já conhecíamos. Não o Moma, este é novidade. Tem muita coisa bacana para se ver neste museu, mas tem muita coisa que não consigo entender como arte, a não ser pelo fato que se está ali onde está, deve haver algum motivo. Vimos peças interessantíssimas do Picasso, Braque, Warhol, Pollock, Beckmann, entre outros menos conhecidos para nós. Também, confesso que não ficamos tempo o suficiente para entrar no clima do museu. Nossos pés já não são os mesmos de 6 dias atrás. Mesmo assim, voltamos andando para o hotel, que não é muito longe do MoMa. Não tem como resistir à quinta avenida. Mais fotos no caminho, com direito a saída da noiva na St. Patrick’s Church.
Depois do tradicional pit stop no hotel, pegamos outro táxi para o Village. Quando o taxista começou a cantar em árabe, a plenos pulmões, achei que tinha chegado nossa vez. Não era nada, ele só estava cantando (literalmente) a namorada do outro lado da linha. Aqui todo mundo parece louco, pois usam aqueles fones de celular embutidos no ouvido e começam a falar do nada, sozinhos, mas com alguém do outro lado. Descemos na frente do restaurante do prédio dos Friends, mas a fila de espera era de quase duas horas. Resolvemos andar até o Bianca. Existe maneira melhor para encerrar o último dia de viagem? Antes de conseguirmos uma mesa, tomamos uns drinks no boteco do lado do restaurante, daqueles de filme. Escuro, podrão e cheio de gente bacana. Vieram nos buscar de dentro do bar, nossa mesa estava livre. Desta vez a dupla de lasanhas veio acompanhada de uma bela garrafa de vinho Italiano, casais de namorados de todos os lados e um belo capuccino na saída. Quase que o dinheiro não deu, pois eles não aceitam cartões no Bianca. Táxi, xixi e cama.

Oitavo dia hoje, Domingão, o dia da volta para casa. Confesso que já estou com saudades. De Nova Iorque, é claro. Como ainda não tinhamos tomado um verdadeiro breakfast em um dinner típico, hoje ao invés de Starbucks, fomos ao Andrews. Foi daqueles com direito a ovos, bacon e café com refil à vontade, bem americano. Resolvemos economizar um pouco e pegamos um metrô que nos deixou direto no Columbus Circle, no pé do Central Park. Tinhamos conseguido com o Alfredo um late checkout, e nossa idéia era curtir o parque até a hora de voltar para o hotel para terminar as malas. Assim o fizemos, circulando por tudo o que já conheciamos da outra viagem, desde o monumento da Alice no País das Maravihas até o Guggenheim, passando, é claro, pelo Metropolitan.
Saindo do parque pegamos um táxi para o hotel, tomamos banho, arrumamos a mala e descansamos um pouco. Saímos perto das três da tarde para nossa última e não menos importante missão, o Museu Americano de História Natural. Tour completo, com dinossauros, planetário, povos antigos, bichos, o suficiente para terminar de arrebentar o meu pé, que está doendo até agora, enquanto vou terminando o relatório de mais um viagem deliciosa com minha querida, no meio do Atlântico, louco para chegar em casa.




Um comentário:

Tatiana Pellissari Acras disse...

Todas são maravilhosas, mas essa foi realmente especial!
A coisa mais importante em uma viagem é sempre a companhia, e eu não poderia ter uma melhor do que você.